A bolha europeia
Teresa de Sousa e José Vitor Malheiros
Um modelo capitalista como o Europeu, com o seu modelo social, pode sobreviver num mundo em que outros tipos de capitalismo — sobretudo o chinês — impõem regras muito mais duras? Ou a Europa é uma bolha que pode rebentar?
É frágil. Falando claro: só é possível em termos económicos com o aumento da produtividade. Está certo que desejemos ser competitivos vivendo melhor e não vivendo pior. Mas isso só pode ser alcançado pela inovação tecnológica e organizativa. Temos de nos transformar numa verdadeira economia do conhecimento (na prática, há bastante pouco conhecimento na nossa economia). Se pensarmos no investimento em I&D em proporção do PIB, vemos que a Europa está mal. A Finlândia está bem — investe 3,2 por cento — mas Portugal está muito abaixo da média europeia.
Na Europa — e em Portugal, em particular — o problema são as empresas. As empresas não investem em I&D. Acreditam que comprar a tecnologia já chega. Mas não chega, porque ela é cara, é má, e a empresa muitas vezes não a consegue adaptar às suas necessidades.
Por outro lado, além do aumento da produtividade a partir do desenvolvimento da economia do conhecimento, é preciso aproveitar a extensão do mercado. O desenvolvimento da China dá-nos acesso a novos mercados. Nesse capítulo a Finlândia está, mais uma vez, a fazer as coisas muito bem. Há mais de 300 empresas finlandesas na China. Não para explorar o trabalho barato dos chineses mas para criar centros tecnológicos. Em troca, a China dá-lhes acesso ao seu mercado.
Friday, March 11, 2005
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